A democracia representativa praticada pelos egoístas capitalistas vem
distorcendo o poder popular ao longo do tempo, a tal ponto que ela atualmente
caminha para um colapso total. E as razões básicas dessa decadência
amplamente observável são as seguintes:
- o povo não é representado dignamente; e
- a democracia representativa não promove a justa prosperidade para
todos.
Percebe-se assim que a burguesia capitalista sempre ilude o povo para
usurpar o seu poder. Para isso ela age como um talentoso gatuno que se
apossa da carteira de um incauto sem que ele se de conta disso. Mas é bom
que se diga que o poder popular em si não é o objetivo principal desta
burguesia egoísta. O que sempre está em jogo é a riqueza que o trabalhador
assalariado produz; que ela sempre espolia. Esse é certamente o maior
objetivo que a burguesia corporativa e os políticos corruptos em geral almejam,
direta ou indiretamente.
E uma coisa é certa. Nem todo rico é poderoso e nem todo poderoso é rico.
Então, como os ricos e poderosos não naturalmente gananciosos, eles se
unem em proveito mútuo, contra os interesses do povo. Desse modo eles
impulsionam a corrupção governamental para patamares absurdos, que tanto
prejudicam a sociedade.
Para tanto os capitalistas se valem das benesses que democracia
representativa lhes proporciona, e assim causam uma deterioração sem igual
no Estado Democrático Moderno. E dela não escapa nenhum dos poderes que
constituem a democracia: o executivo, o legislativo e o judiciário.
Certamente o grau de deterioração da democracia representativa varia de
país para país, não importa. Nenhum deles está livre deste mal.
No Brasil a coisa é tão grave que até se fala em um “pacto republicano” para
salvar o que se chama de “Estado de Direito”, que como sabemos está
fundamentado na “harmonia” entre os três poderes citados.
Muitos analistas comentam que a principal causa da deterioração do tal
“Estado de Direito” é a corrupção. Um mal que acompanha a humanidade
desde o início da civilização. Mas que a verdade seja dita. A corrupção
exacerbada é causada pela tirania corporativa presente na democracia indireta,
que legisla em causa própria e espolia o povo.
Entre os inúmeros males que essa tirania corporativa causa para a sociedade
estão:
- dinheiro público desperdiçado ou desviado para contas particulares;
- leis que atentam contra os interesses do povo e favorecem a destruição da
natureza; e
- justiça que é feita para os ricos e que não alcança efetivamente o povo.
Esse é o triste retrato da realidade que a corrupção presente nos três
poderes nos revela; por conta da ineficiência da falida democracia
representativa.
A coisa é tão grave que o presidente do Congresso Nacional brasileiro, o Sr.
José Sarney declarou o seguinte para revista “Isto é” de 23.04. 2009:
“A grande crise é da democracia representativa. O que representa melhor
a sociedade é a imprensa, ou o parlamento? Esse conflito veio para ficar.
E há uma tendência na sociedade a favor da democracia direta. O
parlamento perdeu a sua sagacidade. A instituição está ameaçada por
mecanismo de democracia direta, até mesmo pela internet. Não se sabe o
que fazer. O congresso ficou mais vulnerável. É visto como uma
repartição pública e os parlamentares como funcionários públicos”.
E Sarney foi mais longe:
“Diante do seu esvaziamento, o Parlamento é alvo de desprestígio e
desinteresse, o que se reflete também na qualidade dos seus recursos
humanos e na qualidade dos próprios parlamentares. Esta é a origem
das distorções atuais.”
Sarney continuou o seu depoimento à revista discorrendo sobre a falência da
democracia representativa brasileira afirmando:
“Caiu o nível do Congresso que atingiu um desprestígio que jamais vi.
Mas vale lembrar que um parlamento fraco é sinônimo de democracia
fraca.”
E o presidente Sarney complementou a sua argumentação com a seguinte
afirmação sobre o Supremo Tribunal Federal:
“A crise do Congresso já está extrapolando para outros Poderes, como se
viu no STF”
As palavras do presidente do Congresso Nacional Brasileiro ilustram com
brilhantismo a falência da democracia representativa, que já não atende mais
os anseios do povo neste século 21.
Artigo retirado do livro que escrevi: O Sociocapitalismo - Por um Mundo Melhor.
Paulo José F. Valente – economista e autor independente
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário